O Relógio do Juízo Final foi adiado na terça-feira (28/01/2025) para 89 segundos antes da meia-noite. É o mais perto que já chegou do apocalipse desde que foi criado em 1947. Os fatores que fazem o relógio sofrer algum tipo de alteração são ameaças nucleares, conflitos bélicos, aplicação militar de inteligência artificial e mudanças climáticas. Criado por cientistas atômicos, ele serve como forma de medir a probabilidade de uma catástrofe global.
Ao atualizar o Relógio do Juízo, Daniel Holz, presidente do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim, fez um pronunciamento: “É a determinação do Conselho de Ciência e Segurança do Boletim dos Cientistas Atômicos que o mundo não fez progresso suficiente contra riscos existenciais que ameaçam toda a humanidade, assim, adiantamos o relógio. Ao ajustar o relógio para mais perto da meia-noite, enviamos um sinal claro, porque o mundo já está perigosamente perto do precipício. Qualquer movimento tomado em direção à meia-noite deve ser tomado como uma indicação de perigo extremo e um aviso inequívoco. Cada segundo de atraso na reversão do curso aumenta a probabilidade de desastre global. Agora são 89 segundos para meia-noite, este é o mais próximo que o mundo já esteve da meia-noite.”
Em meio as tensões causadas pela Guerra Fria, nasceu o Relógio do Juízo Final
Criado em 1947, após o caos causado pela Segunda Guerra Mundial, e em meio ao cenário da Guerra Fria, um grupo de cientistas americanos conhecidos como Cientistas Atômicos propuseram alertar a humanidade sobre o quão perto estava de uma catástrofe nuclear através de um símbolo, onde meia-noite representa o fim do mundo, e os ponteiros do relógio marcam o quão próximo estamos da meia-noite, ou seja, do fim do mundo.

Mudanças no Relógio do Juízo final ao longo da história
Em 1953, devido ao início de testes de bombas de hidrogênio pelos Estados Unidos e pela União Soviética, aumentaram as tensões na Guerra Fria, o que fez com que o relógio ficasse a 2 minutos da meia-noite. Após esse período, em 1991, o colapso da União Soviética e o fim da Guerra Fria reduziram significativamente as ameaças de uma guerra nuclear. O Relógio do Juízo Final atingiu 17 minutos faltantes para meia-noite, o mais distante desde sua criação já registrado. Devido às mudanças climáticas, à guerra na Síria, ao desenvolvimento de arsenal nuclear por parte da Coreia do Norte e à polarização no mundo, em 2015 o Relógio passou a marcar 180 segundos para meia-noite. De 2015 em diante, o Relógio do Juízo Final passou a marcar os pontos mais próximos que já esteve do fim do mundo, marcando 100 segundos em 2020, 90 segundos de 2022 a 2024, e o mais recente, 89 segundos em 2025.